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  • Foto do escritorLidice Meyer

Os povos africanos na Bíblia


Poucos se lembram de que o povo de Israel viveu por muito tempo na África, enquanto escravo no Egito. As relações entre o povo do Israel Bíblico com os povos da África foram muitas. A África, principalmente na região do Egito será tida ora como local de refúgio (Gn 12.10-20, 1Rs 11.40, 2 Rs 25.26, Jer 43.7, Mt 2.13-15) ora como local de provação (Ex 3.7).

O primeiro relato na Bíblia que se refere aos povos africanos é o fato dos filhos de Cam terem ido habitar nesta região (Genesis 10.10-20).

Na formação do povo de Israel, os povos africanos são representados por Efraim e Manassés, filhos de José com a egípcia Azenate (Gênesis 41.45, 50-52). Após o Êxodo, Moisés casou-se uma etíope, o que gerou repulsa em Miriã e Arão (Números 12). Tudo leva a crer que Miriã se revoltou com este casamento de seu irmão não por sua esposa ser de outra tribo, mas sim pela sua cor de pele. Tanto que Deus colocou um castigo sobre Miriã: lepra. Miriã literalmente sentiu na pele o que era ser desprezada por ter uma cor diferente dos demais.

Mais à frente temos o relato da visita da rainha de Sabá ao rei Salomão, visita esta que deixaria em Israel não só riquezas da África como uma incrível impressão em Salomão (1 Reis 10,1-13).

Em um dos momentos mais marcantes da vida de Jesus, o calvário, quem o ajudou a carregar a cruz foi um africano: Simão, o cirineu (Mateus 27.32), pai de Alexandre e Rufo (Marcos 15.21).

É também no Novo Testamento que vemos a importância dada por Deus para a evangelização dos povos africanos ao enviar Filipe especialmente ao encontro do eunuco da rainha etíope, Candace (Atos 8.26-39). A partir deste encontro toda a Etiópia seria evangelizada ainda no século I. Uma prova de que Jesus veio para todos os povos e não apenas para os Judeus e que em Cristo não pode mais haver distinções com base na cor da pele, gênero ou classe social. Tanto que um dos profetas e mestres na igreja de Antioquia era Simeão, um negro (Atos 13.1). Simeão é um dos pastores que impuseram as mãos sobre Paulo e Barnabé enviando-os como missionários ao mundo conhecido (Atos 13.3). E Paulo ainda citou a mãe de Rufo que era uma “mãe espiritual” para ele (Romanos 16.13). Referiu-se talvez a Rufo, filho de Simão o cirineu, que muito provavelmente tornou-se pastor em Antioquia.

Nestas poucas citações bíblicas vemos o papel de destaque dos povos africanos participando da formação do povo de Israel, estando presentes no Êxodo, no estabelecimento do povo em Canaã, no período dos Reis, na crucificação de Jesus, no início da evangelização e finalmente, na formação da Igreja Cristã.

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