top of page

A Arqueologia revela a forte liderança feminina na Igreja Primitiva

  • Foto do escritor: Lidice Meyer
    Lidice Meyer
  • 9 de jan.
  • 2 min de leitura



Um mosaico descoberto na cidade de Megido, Israel, em 2005 está pela primeira vez exposto ao público no Museu da Bíblia em Washington, EUA (até o dia 6/7/2025). Vinte anos após sua descoberta, o mosaico foi cuidadosamente removido e faz parte de uma exposição que revela muito sobre a vida da Igreja Primitiva.

O mosaico, datado do século III, decorava uma sala utilizada pelos primeiros cristãos para a celebração do culto e da comunhão, antes mesmo da legalização do cristianismo como religião do Império Romano. É até hoje o mais antigo local de culto encontrado em Israel!

Nesta descoberta podemos ver concretamente como o texto de Gálatas 3.28 era vivenciado pelos primeiros cristãos: “Não há judeu, nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus”. No centro da sala localizava-se uma mesa utilizada para a celebração da Ceia do Senhor ladeada pelo mosaico que traz o nome de dois homens e cinco mulheres. 

Sobre os homens, a inscrição diz: “Gaianus, também chamado Porphyrius, centurião, nosso irmão, fez o mosaico às suas próprias custas como um ato de generosidade. Brutius realizou o trabalho.” Dois homens, dois cristãos de origem socioeconômica bem diferentes, um centurião romano e um artista, unidos pela fé em Cristo.

Mas, em destaque no mosaico, está a inscrição: “A que ama a Deus (philotheos ),  Akeptous ofereceu a mesa a Deus Jesus Cristo como um memorial.”  Akeptous foi provavelmente uma cristã de classe social alta que pôde com suas posses presentear esta igreja com uma mesa para a celebração da Ceia. Ela, assim como o centurião Gaianus possibilitaram que esta igreja doméstica se reunisse em uma bela sala de oração, apesar da perseguição que a igreja ainda sofria do Império Romano.

Além de Akeptous, aquela que amava a Deus a ponto de ter o seu nome preservado na pedra, o mosaico traz o nome de mais quatro mulheres destacadas pela sua importância para esta igreja: “Lembre-se de Primilla e Cyriaca e Dorothea e, por último, Chreste.” Embora Não se tenha a razão pela qual as quatro mulheres devam ser relembradas pelos irmãos da igreja, é claro que estas possuíam uma grande importância para esta comunidade, sendo muito provavelmente líderes amadas.

 Este mosaico é uma importante revelação sobre a vida e a fé na Igreja Primitiva. Uma Igreja que não fazia acepção de pessoas, seja pela sua origem social, econômica ou pelo seu gênero. Uma Igreja onde as mulheres eram percebidas e aceitas em sua liderança em igual importância aos homens. Uma Igreja que cria na divindade de Jesus Cristo e na centralidade da celebração da Ceia no seu culto.

Talvez a igreja de hoje ainda tenha muito a aprender com as revelações do Mosaico de Megido.

Lidice Meyer

Comments


assinatura email.jpg
bottom of page