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Foto do escritorLidice Meyer

A conquista mais importante para o Dia da Mulher em 2021


Estudos atuais de história apontam cada vez mais para a convivência harmônica entre homens e mulheres no início da humanidade. Os primeiros grupos agrícolas teriam vivenciado uma divisão de atividades entre os sexos, com o poder político sendo partilhado entre homens e mulheres, de acordo com suas competências. Entretanto sucessivas invasões de grupos nômades de caçadores com base patriarcal foram se sobrepondo, relegando as mulheres a segundo plano, confinando-as à casa e negando sua participação pública e no poder.

Desde então algumas mulheres têm se sobressaído na busca pelo respeito à dignidade de ser mulher. Uma menina que nasce hoje tem como certo seu direito ao estudo, a exercer uma profissão, a ter uma jornada de trabalho e salários iguais aos homens, a ter uma conta bancária, ao voto, a manter seu nome de solteira mesmo sendo casada, ao divórcio e até mesmo direito de ir e vir sem a supervisão de um homem. Mas para que estas conquistas fossem possíveis, mulheres como Hipátia (c.351-415) primeira mulher matemática e Olympe de Gouges (1748-1993) que escreveu a “Declaração dos direitos da mulher e da cidadã” dentre outras, deram sua vida para defender direitos que hoje as mulheres tem com naturais.

As mulheres tem retomado seu espaço na ciência, nas empresas, na política e nas atividades religiosas, sociais e culturais. Cada vez mais mulheres alcançam a independência financeira e expressam seus pontos de vista com mais liberdade e aceitação social. O dia 8 de março foi oficializado pela ONU como Dia Internacional da Mulher em 1975, mas ainda há muito por que lutar.

As conquistas adquiridas pelas mulheres possibilitaram que elas saíssem de uma posição de mera procriadora e cuidadora (casa, marido, filhos e outros) para ser a autora de sua própria história, com autonomia para suas escolhas e prioridades. No entanto, novos obstáculos surgiram. A dificuldade de conciliar a vida profissional com a familiar e até mesmo priorizar as atividades profissionais em detrimento da vida pessoal, a complexidade em desempenhar plenamente tantos papéis, como o de mãe, profissional, dona de casa dentre outros.

A pandemia ressaltou ainda mais o valor e a resiliência própria do outrora chamado “sexo frágil”. Apesar de todas as dificuldades que a mulher de hoje já enfrentava na luta por conciliar a atividade doméstica com a profissional e muitas vezes ainda os estudos, agora ela precisa gerir filhos em homeschooling, maridos em home-office, manter todos seguros dentro das normas da vigilância sanitária, administrar horários e as consequentes ansiedades e nervosismos causados por um confinamento obrigatório. A jornada que já era muitas vezes dupla ou tripla passa a ser multiplicada à décima potência!

Com tantas responsabilidades, o não desenvolvimento com excelência de cada atividade atribuída pode fazer com que a mulher se sinta incompleta. Talvez esta seja a conquista mais importante de que as mulheres precisam nesta pandemia: a valorização de seu esforço, mas principalmente o reconhecimento de que são humanas. Precisam que lhes restituam o amparo, a companhia e a cumplicidade entre homens e mulheres dos primeiros tempos da humanidade.

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