Um mosaico descoberto na cidade de Megido, Israel, em 2005 está pela primeira vez exposto ao público no Museu da Bíblia em Washington, EUA (até o dia 6/7/2025). Vinte anos após sua descoberta, o mosaico foi cuidadosamente removido e faz parte de uma exposição que revela muito sobre a vida da Igreja Primitiva.
O mosaico, datado do século III, decorava uma sala utilizada pelos primeiros cristãos para a celebração do culto e da comunhão, antes mesmo da legalização do cristianismo como religião do Império Romano. É até hoje o mais antigo local de culto encontrado em Israel!
Nesta descoberta podemos ver concretamente como o texto de Gálatas 3.28 era vivenciado pelos primeiros cristãos: “Não há judeu, nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus”. No centro da sala localizava-se uma mesa utilizada para a celebração da Ceia do Senhor ladeada pelo mosaico que traz o nome de dois homens e cinco mulheres.
Sobre os homens, a inscrição diz: “Gaianus, também chamado Porphyrius, centurião, nosso irmão, fez o mosaico às suas próprias custas como um ato de generosidade. Brutius realizou o trabalho.” Dois homens, dois cristãos de origem socioeconômica bem diferentes, um centurião romano e um artista, unidos pela fé em Cristo.
Mas, em destaque no mosaico, está a inscrição: “A que ama a Deus (philotheos ), Akeptous ofereceu a mesa a Deus Jesus Cristo como um memorial.” Akeptous foi provavelmente uma cristã de classe social alta que pôde com suas posses presentear esta igreja com uma mesa para a celebração da Ceia. Ela, assim como o centurião Gaianus possibilitaram que esta igreja doméstica se reunisse em uma bela sala de oração, apesar da perseguição que a igreja ainda sofria do Império Romano.
Além de Akeptous, aquela que amava a Deus a ponto de ter o seu nome preservado na pedra, o mosaico traz o nome de mais quatro mulheres destacadas pela sua importância para esta igreja: “Lembre-se de Primilla e Cyriaca e Dorothea e, por último, Chreste.” Embora Não se tenha a razão pela qual as quatro mulheres devam ser relembradas pelos irmãos da igreja, é claro que estas possuíam uma grande importância para esta comunidade, sendo muito provavelmente líderes amadas.
Este mosaico é uma importante revelação sobre a vida e a fé na Igreja Primitiva. Uma Igreja que não fazia acepção de pessoas, seja pela sua origem social, econômica ou pelo seu gênero. Uma Igreja onde as mulheres eram percebidas e aceitas em sua liderança em igual importância aos homens. Uma Igreja que cria na divindade de Jesus Cristo e na centralidade da celebração da Ceia no seu culto.
Talvez a igreja de hoje ainda tenha muito a aprender com as revelações do Mosaico de Megido.
Lidice Meyer
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